outubro 30, 2010

A história vai começar!

                                        
 Encontrei esta história num livro do Malba Tahan, chamado Minha vida querida. Para quem não sabe. Malba Tahan (1895-1974) é um dos nossos maiores contadores de histórias.
Escreveu mais de cem livros so­bre assuntos diversos. muitos de lendas e contos orientais. Sua própria vida até hoje está envolvida pelo mistério que povoa as narrativas tradicionais.. Para começar. seu nome verdadeiro era Júlio César de Mello e Souza  e ele era brasileiro. Malba Tahan foi um personagem árabe inventado por ele, com local de nascimento, história pessoal e tudo. É esse personagem que as­sina quase todos os seus livros, e muita gente ainda pensa que ele existiu de verdade.

Uma fábula sobre a fábula
Allah Hu Akbar! Allah Hu Akbar
(a tradução é “Deus é o maior )

Deus criou a mulher e junto com ela criou a fantasia.
Foi assim que uma vez a Verdade desejou conhecer um palácio por dentro e es­colheu o mais suntuoso de todos, onde vivia o grande sultão Haroun Al-Raschid. Vestiu seu corpo apenas com um véu transparente e pou­co depois chegou à porta do magnífico palácio. Assim que o guarda apa­receu e viu aquela bela mulher sem nenhuma roupa, ficou desconcer­tado e perguntou quem ela era. E a Verdade respondeu com firmeza:
- Eu sou a Verdade e desejo encontrar-me com seu senhor, o sul­tão Haroun Al-Raschid.
O guarda entrou e foi falar com o grão-vizir. Inclinando-se diante dele, disse:
- Senhor, lá fora está uma mulher pedindo para falar com nosso sultão, mas ela só traz um véu completamente transparente cobrindo seu corpo.
- Quem é essa mulher? - perguntou o grão-vizir com viva curiosi­dade.
- Ela disse que se chama Verdade, senhor - respondeu o guarda. O grão-vizir arregalou os olhos e quase gaguejou:
- O quê? A Verdade em nosso palácio? De jeito nenhum, isso eu não posso permitir. Imagine o que ia ser de mim e de todos aqui se a Verdade aparecesse diante de nós? Estaríamos todos perdidos, sem ex­ceção. Pode mandar essa mulher embora, imediatamente.
O guarda voltou e transmitiu à Verdade a resposta do seu superior. A Verdade teve que ir embora, muito triste.
Acontece que...
Deus criou a mulher e junto com ela criou a teimosia
.
A Verdade não se deu por vencida e foi procurar roupas para vestir. Cobriu-se dos pés à cabeça com peles grosseiras, deixando apenas o rosto de fora e foi direto, é claro, para o palácio do sultão Haroun Al-Raschid.
Quando o chefe da guarda abriu a porta e encontrou aquela mu­lher tão horrivelmente vestida, perguntou seu nome e o que ela queria.
Com voz severa ela respondeu:
- Sou a Acusação e exijo uma audiência com o grande senhor des­te palácio.
Lá se foi o guarda falar com o grão-vizir e, ajoelhando-se diante de­le, disse:
- Senhor, uma estranha mulher envolvida em vestes malcheiro­sas deseja falar com nosso sultão.
- Como é que ela se chama? - perguntou o grão-vizir.
- O nome dela é Acusação, Excelência.
O grão-vizir começou a tremer, morto de medo:
- Nem pensar. Já imaginou o que seria de mim, de todos aqui, se a Acusação entrasse nesse palácio? Estaríamos todos perdidos, sem exceção. Mande essa mulher embora imediatamente.
Outra vez a Verdade virou as costas e se foi tristemente pelo cami­nho. Ainda dessa vez ela não se deu por vencida.
E isso porque...
Deus criou a mulher e junto com ela criou o capricho.
A Verdade buscou pelo mundo as vestes mais lindas que pôde en­contrar: veludos e brocados, bordados com fios de todas as cores do arco-íris. Enfeitou-se com magníficos colares de pedras preciosas, anéis, brincos e pulseiras do mais fino ouro e perfumou-se com essência de rosas. Cobriu o rosto com um véu bordado de fios de seda dourados e prateados e voltou, é claro, ao palácio do sultão Haroun Al-Raschid.
Quando o chefe da guarda viu aquela mulher deslumbrante como a Lua,
perguntou quem ela era.
E ela respondeu, com voz doce e melodiosa:
- Eu sou a Fábula e gostaria muito de encontrar-me, se possível, com o sultão deste palácio.
O chefe da guarda foi correndo falar com o grão-vizir, até  esque­ceu de ajoelhar-se diante dele e foi logo dizendo:
- Senhor, está lá fora uma mulher tão linda, mas tão linda, que mais parece uma rainha.
Ela deseja falar com nosso sultão.
Os olhos do grão-vizir brilharam:
- Como é que ela se chama?
- Se entendi bem, senhor, o nome dela é Fábula.
- O quê? - disse o grão-vizir, completamente encantado. – A Fábula quer entrar em nosso palácio? Mas que grande notícia! Para que ela seja recebida como merece, ordeno que cem escravas a espe­rem com presentes magníficos, flores perfumadas, danças e músicas festivas.
As portas do grande palácio de Bagdá se abriram graciosamente, e por elas finalmente a bela andarilha foi convidada a passar.
Foi desse modo que a Verdade, vestida de Fábula, conseguiu conhe­cer um grande palácio e encontrar-se com Haroun Al-Raschid, o mais fabuloso sultão de todos os tempos.

Autor: Malba Tahan   - Livro: Minha vida querida
MACHADO, Regina (compilado por).O violino cigano e outros contos de mulheres fortes. SP: Companhia das letras, 2004.
O Menino Que Carregava Água Na Peneira
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.

A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.

O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.

No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.

O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.

Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto final na frase.

Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.

A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.

Você vai encher os
vazios com as suas
peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus
despropósitos.          (Manoel de Barros)

Projeto de contação de Histórias da Coordenadoria Regional LesteII - atividades de Novembro

Titulo: A velha miséria
Com: Márcia e Vera
Sinopse: A histórias : A velha miséria , Rosane Pamplona, narra a história de uma velha que após ter feito alguns favores a São Pedro, recebe como presente a realização 3 pedido... História do Aviso do Rei Leão, Terezinha Casa Santa, entre outras histórias
Dia:09/11/2010
Horário:14hs
Local: Casa de Cultura do Itaim Paulista

Dia:18 /11/2010
Horário:14hs
Local: Raimundo de Menezes
Público: Infantil

_______________________________________________________________________
Titulo: A velha que dava nome as coisas
Com: Adilva e Livia
Snopse: "A Velha que dava nome as coisas, Cynthia Flylant. Era uma vez uma velhinha que não amigos, pois eles tinham morrido; por esse motivo ela dava nome as coisas que durariam mais do que ela...
Dia:10/11/2010
Horário:14:00hs.
Local: Casa de Cultura do Itaim

____________________________________________________________________________
Titulo: Da pequena toupeira que queria saber quem tinha feito cocô na cabeça dela.
Com: Claudia e Cleo.
SinopseO título desta história simpaticíssima não deixa a menor dúvida quanto ao tema tratado. O problema se apresenta certa manhã, quando a pequena toupeira ia saindo de sua toca: quem teria feito cocô sobre sua cabeça? Para esclarecer o enigma, ela interroga todos os animais...  

DIA:11/ 12/2010
Horário: 14:00hs
Local: Casa de Cultura do Itaim

Dia:23/11/2010
Horário: 10:00hs
Local: Biblioteca Vicente de Carvalho

Dia:23/11/2010
Horário: 14:00hs.
Local: Biblioteca Vinicius de Moraes
Público: Infantil
___________________________________________________________________________
Titulo: Narração de histórias: Conta uma, conta duas, conta três....
 Com: Ana Carolina e Joselita Barreto

Snopse:-  Contos da Literatura Infantil:-“O Menino Nito” , de Sonia Rosa, narra a história de um  Menino que  chorava por tudo. Até que um dia o pai  dele lhe diz: “Você é um rapazinho ta na hora de parar de chorar...homem não chora. Mas e agora Nito que fazer com tanta choradeira? “O pote vazio, de Demis”, narra a historia de um menino muito especial, que tem  como missão fazer nascer a mais linda flor, para o Imperador.
Dia: 12/11/2010
Horário: oras
Local: Casa de Cultura do Itaim Paulista
E
Dia: 19/11/2010
Horário: oras e 14 horas
Local: Biblioteca Publica Raimundo de Menezes

Público: Infantil

Título: Semeando histórias
 Com Márcia da Silva Santos Fonseca e Joselita  Barreto

Sinopse: Conta  a história:” Menina Bonita do laço de fita”, Ana Maria Machado, a história de um coelho que quer ter uma filha pretinha como a menina bonita do laço nos cabelos,, “João preguiçoso” de Tony Ross.
Dia: 26/11/2010
Horário: 10 horas
Local: Biblioteca Pública Raimundo de Menezes
Público: a partir de 3 anos
Duração: aproximadamente 50 minutos

Grupo de contadores das Bibliotecas Leste II

Breve relato sobre o grupo de contadores de histórias
Grupo de contadores de histórias, composto por funcionários das Bibliotecas Públicas da SMC/ Sistema Municipal de Bibliotecas/ Coordenadoria Regional Leste II, que por meio de atividades de contação de histórias, visam  valorizar e divulgar as culturas  e promover o gosto pela leitura, através dos contos de tradição oral e de literatura escrita.
Apresentação em duplas
Ana Carolina D’ Eça,  (Caro) bibliotecária da Biblioteca Cora Coralina, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen e curso de mediadora de leitura, ministrado pelo CENPEC  em parceria com a Fundação Volkswagen.  Desenvolveu atividades de contação de histórias nas Bibliotecas Públicas, Casa de Cultura do Itaim e na XXI Bienal do Livro de São Paulo.

Joselita Barreto, funcionária da Coordenadoria Regional Leste II, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen e curso de mediadora de leitura, ministrado pelo CENPEC em parceria com a Fundação Volkswagen. Desenvolveu atividades de contação de histórias em  Unidades escolares,  Bibliotecas Públicas.  Casa de Cultura do Itaim, e na XXI Bienal do Livro de São Paulo. Participa também do Festival de contação de histórias, que acontece  todo ano no mês de outubro nas Bibliotecas Públicas da SMC/SMB.

Márcia Fonseca, funcionária da Biblioteca Raimundo de Menezes, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen e curso de mediadora de leitura, ministrado pelo CENPEC em parceria com a Fundação Volkswagen. Desenvolveu atividades de contação de histórias em  Unidades escolares,  Bibliotecas Públicas, Casa de Cultura do Itaim, e na XXI Bienal do Livro de São Paulo. Participa também do Festival de contação de histórias , que acontece  todo ano no mês de outubro nas Bibliotecas Públicas da SMC/SMB.

Vera Pimenta, funcionária da Biblioteca Rubens Borba de Morais, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen.

Adilva Santos, bibliotecária da Biblioteca Sérgio Buarque de Holanda, com  curso de Contação de histórias, desenvolve atividades na Biblioteca.

 Lívia  Domingues, bibliotecária da Biblioteca Milton Santos, com  curso de Contação de histórias, desenvolve atividades na Biblioteca.

Cláudia Lecínio, bibliotecária da Biblioteca Vinicius de Moraes, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen.  Desenvolveu atividades de contação de histórias nas  Bibliotecas Públicas e na Casa de Cultura do Itaim.

Cléo Lima, bibliotecário da Biblioteca Vicente de Carvalho, com curso de formação em contação histórias pela Biblioteca Hans Christian Andersen e curso de mediador de leitura, ministrado pelo CENPEC em parceria com a Fundação Volkswagen.Desenvolveu atividades de contação de histórias nas  Bibliotecas Públicas e  Casa de Cultura do Itaim.


Convite

Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.


Só que
bola, papagaio,pião
de tanto brincar
se gastam.


As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas
mais novas ficam.


Como a água do rio
que é água sempre nova.


Como cada dia
que é sempre um novo dia.


Vamos brincar de poesia?
                                             (José Paulo Paes)